A leveza da suspensão de um gesto. Ou as consequências da Honestidade…
Agosto 4, 2008
Julho 30, 2008
Julho 28, 2008
m a R
“No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.
Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.
Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.”
Mais um da Sophia 🙂
Julho 21, 2008
L
“Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.”
Poema refrescante da Sophia de Mello Breyner Andresen, e uma foto linda assassinada! 😦
Julho 15, 2008
MUSA
Julho 2, 2008
NarcisO
¡Que te vas a caer al río!
En lo hondo hay una rosa
Y en la rosa hay otro río
¡Mira aquel pájaro!
Se me han caído los ojos
Dentro del agua
¡Dios mío!
¡Que se resbala! ¡muchacho!
Cuando se perdió en el agua.
Junho 24, 2008
Pérola
“Vou contar uma história. Havia uma rapariga que era maior de um lado que do outro. Cortaram-lhe um pedaço do lado maior: foi de mais. Ficou maior do lado que era dantes mais pequeno. Cortaram. Ficou de novo maior do lado que era primitivamente maior. Tornaram a cortar. Foram cortando e cortando. O objectivo era este: criar um ser normal. Não conseguiam. A rapariga acabou por desaparecer de tão cortada nos dois lados. Só algumas pessoas compreenderam.”
Herberto Hélder in Photomathon e Vox